quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Grafite – a arte revestida de atualidade


A arte revestida de atualidade: as grandes avenidas deixam expostos conflitos, e revelam também contrastes entre o homem e a multidão. O conflito desse homem - circulatório urbano - se expressa nas artes, dentre elas a Street Art, linguagem do spray, antes restrito às ruas e hoje conquista também galerias e museus.
Na arte contemporânea a importância do Grafite tem se consolidado como expressão artística no meio urbano, no contexto social, da comunicação e da estética revelando cenários da realidade. Nos últimos anos as prefeituras das grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, adotaram novas políticas públicas e abriram espaços simbólicos importantes, inclusive nas principais avenidas, para a intervenção de grafiteiros, como por exemplo, em Belo Horizonte com o projeto Guernica, programa da Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Centro Cultural UFMG e a FUNDEP.
Neste ano, a capital mineira irá sediar a 1º Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte – BIG , que envolverá a participação de 6 países, possibilitando a divulgação e interação de artistas e possibilitando a abertura de um espaço importante para a arte de rua.
A adoção de novas posturas tanto pelas prefeituras e o reconhecimento de museus e galerias mostra que o grafite, além de transformar muitas vezes os espaços das cidades, manifesta a sua força expressiva da realidade urbana com qualidade plástica em outros espaços, se consolidando como voz da rua.

Detalhes sobre a 1ª Bienal Internacional de Grafite de Belo Horizonte
Data: de 25 a 07 de setembro
Local: Serraria Souza Pinto

Débora do Prado Lisboa

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Um Mergulho nas Águas Brasileiras


O Brasil é o país do mergulho. O esporte, presente há mais de 30 anos, conta com uma costa de 8 mil quilômetros, pronta para ser desvendada pelos milhões de mergulhadores que aqui residem. Para quem está começando existem águas calmas e muito quentes, tornando confortável este primeiro contato. Além disso, o Brasil coleciona mais de duas mil embarcações naufragadas em sua costa - principalmente no Rio de Janeiro e Bahia -, despertando a curiosidade dos que amam a água. Algumas delas podem ser vistas numa profundidade de oito metros apenas.
Confira alguns locais indicados para o mergulho:

Ilha Grande (RJ) - Freguesia de Santana, a primeira vila da ilha, é um bom lugar para o mergulho livre, possui águas tranqüilas, além de ser um interessante ponto turístico. Para chegar até esta praia, o aventureiro deve percorrer trilhas leves.
Além da Freguesia de Santana, outros locais ideais para o mergulho livre são a Ilha dos Macacos e a do Curiri. Este eixo, formado pelas três ilhas, é a melhor opção.

Arraial do Cabo (RJ) - O Saco do Cherne é uma área extensa, em forma de ferradura, e é ótima para o mergulho raso - de 6 a 10 metros. Outra atração é o navio da marinha, que afundou em 1827. Seus destroços variam de 5 a 15 metros de profundidade, entre as duas Ilhas dos Franceses.

Fernando de Noronha (PE) - Todas as praias do lado protegido da ilha são boas para o mergulho entre os meses de abril e novembro. Air France, localizada no nordeste da ilha principal; Praia da Conceição – uma das mais visitadas -, entre março e novembro; Baía do Sancho, com acesso por uma escada de rochas; Baía do Sueste, uma das mais calmas e protegidas de Fernando de Noronha; Praia da Atalaia, com piscinas naturais de cerca de 80 centímetros durante a maré seca e uma bela fauna marinha para se observar.

Salvador (BA) – É um dos principais pontos de mergulho do país, com águas claras e quentes – com temperatura média de 26ºC e visibilidade que chega a 20 metros. Belos corais e recifes contornam seu litoral, além de pertencer a um dos lugares mais ricos em naufrágios: a chamada Baía de Todos os Santos.
Na Praia de Itapuã, por exemplo, é possível apreciar formações de corais e uma variedade de peixes coloridos e moluscos, em uma profundidade de apenas dois metros. A praia também abriga uma piscina natural – um porto seguro – ideal para a prática de mergulho livre na maré vazia.
Próximo ao Farol, a uma profundidade de 12 metros e visibilidade de 10 a 15 metros, pode-se praticar o mergulho livre, admirando os recifes de corais imersos.
À 100 metros da Praia de Boa Viagem, um carvoeiro norueguês de cerca de 80 metros pode ser visto a uma profundidade de apenas oito metros. Na mesma profundidade pode-se contemplar destroços de um navio britânico com algumas partes ainda definidas no Farol da Barra.

Abrolhos (BA) – Foi o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil. É um dos 10 melhores lugares para o mergulho livre do mundo, os animais marinhos e recifes podem ser vistos apenas a 15 metros de profundidade (peixes-papagaio, tartarugas, peixes-anjo etc).
A diferença de Abrolhos fica por conta dos chapeirões, formações de corais em forma de cogumelo e únicas em toda a América do Sul. O arquipélago abrange ótimos locais para mergulho, tais como: a enseada da Ilha de Santa Bárbara – no farol do arquipélago -, as cavernas das Siribas, os destroços do cargueiro italiano Rosalina, a Ilha Santa Bárbara, Manjubas, entre outros.

Guarapari (ES) - Nesta cidade, além de aproveitar as propriedades medicinais de suas areias, devido à radioatividade saudável transmitida, há praias favoráveis à prática de mergulho livre. Três Praias é o melhor lugar para o mergulho livre: um conjunto de pequenas praias separadas por rochedos faz com que a água do mar seja calma, esverdeada e transparente. A Enseada Azul, formada pelas praias de Mucumã, Guaíbura e Bacutia também é uma boa opção.

Ilha do Arvoredo (SC) – Faz parte da Reserva Biológica do Arvoredo, situada a 11 quilômetros ao Norte de Florianópolis. Por ser encontro de águas provenientes das correntes Tropical e Subtropical, há animais típicos tanto das águas quentes, como das frias. O acesso à ilha é controlado pelo IBAMA, que fiscaliza a atividade pesqueira. Por mais este motivo, as águas ao seu redor permanecem translúcidas – perfeitas para ver e fotografar as diversas espécies de peixes no mar. Além dos corais, pingüins e lobos-marinhos.

A Falta de Alimentos Saudáveis Desequilibra Todo o Organismo

A falta de alimentos saudáveis desequilibra todo o organismo. Quando nos alimentamos de forma desequilibrada, com deficiência de vitaminas, minerais e fibras, o corpo estimula o apetite na espera de um alimento saudável que supra estas necesidades. Portanto, a sensação de fome não saciada, que gera uma alimentação excessiva, pode ser culpa de uma alimentação diária ruim. Comer muito não significa comer bem. Um café da manhã, almoço e jantar saudáveis acabam com este mal. Pequenas atitudes devem ser mudadas para mudarmos nossa saúde!
Veja abaixo alguns problemas gerados pela falta de alimentos realmente nutritivos:

1. DIFICULDADE DE PERDER PESO
O que está faltando: ácidos graxos essenciais e vitamina A
Onde obter: semente de linhaça, cenoura e salmão.

2. RETENÇÃO DE LÍQUIDOS
O que está faltando: na verdade um desequilíbrio entre o potássio, fósforo e sódio.
Onde obter: água de côco, azeitona, pêssego, ameixa, figo, amêndoa, nozes, acelga, coentro.

3. COMPULSÃO A DOCES
O que está faltando: cromo
Onde obter: cereais integrais, nozes, centeio, banana, espinafre, cenoura.

4. CÂIMBRA, DOR DE CABEÇA
O que está faltando: potássio e magnésio
Onde obter: banana, cevada, milho, manga, pêssego, acerola, laranja e água.

5. DESCONFORTO INTESTINAL, GASES, INCHAÇO ABDOMINAL
O que está faltando: lactobacilos vivos
Onde obter: coalhada, iogurte.

6. MEMÓRIA RUIM
O que está faltando: acetil colina, inositol
Onde obter: lecitina de soja, gema de ovo.

7. HIPOTIREOIDISMO (PROVOCA GANHO DE PESO SEM CAUSA APARENTE)
O que está faltando: iodo
Onde obter: algas marinhas, cenoura, óleo, pêra, abacaxi, peixes de água salgada e sal marinho.

8. CABELOS QUEBRADIÇOS E UNHAS FRACAS
O que está faltando: colágeno
Onde obter: peixes, ovos, carnes, gelatina.

9. FRAQUEZA, INDISPOSIÇÃO, MAL ESTAR
O que está faltando: vitaminas A, C, e E e ferro
Onde obter: verduras, frutas, carnes.

10. COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS ALTOS
O que está faltando: Ômega 3 e 6
Onde obter: sardinha, salmão, abacate, azeite de oliva.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

1º de Agosto Dia do Maracatu

O maracatu, uma das mais antigas tradições da cultura popular de Pernambuco, tem oficialmente, o seu dia de comemoração, 1º de agosto. A data dedicada ao folguedo homenageia o nascimento do Mestre Luiz de França, do Maracatu Leão Coroado, eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco.

Maracatu ou cambinda, é um cortejo – dança dramática – que re-interpreta os impérios portugueses e as reinages francesas (instituições tradicionais da Europa que coroavam anualmente seus reis), convergindo às tradições africanas. Deriva das nações do Rei do Congo e do Alto do Congo. A instituição Rei do Congo, criada na segunda metade do século 17, tinha por finalidade executar a parte administrativa e a representação do ato dos congos (teatro, música e dança). Os escravos coroavam seus reis e rainhas às portas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Recife.

Chefes tribais africanos trazidos para o Brasil reproduziam gestos da nobreza européia para mostrar a sua força e seu poder, apesar da escravidão. Viajantes do século XVIII já narravam os desfiles destas cortes e as coroações de soberanos do Congo e de Angola no pátio da Igreja do Rosário dos Pretos, no Recife. A palavra maracatu era usada, até o século XIX, para designar qualquer ajuntamento de negros. Pouco a pouco passou a ser empregada para os cortejos de reis africanos.

A lei nº11.506, de 22 de dezembro de 1997, não podia ser mais sucinta. Institui em Pernambuco o dia 1º de agosto como Dia Estadual do Maracatu e revoga as disposições em contrário.

Caboclos de Lança do Maracatu

Desde o começo, os desfiles traziam vários elementos, sobretudo religiosos, que conservam até hoje, como a calunga (boneca de cera que encarna os antepassados) e a grande umbela (espécie de chapéu-de-sol) que protege o rei e a rainha, ladeados pelos nobres e plebeus da corte. São mais de 150 pessoas: do ministro ao vassalo, da dama-do-paço ao escravo (que carrega a umbela), do brasabundo (espécie de guarda-costas) ao batuqueiro (músicos).

O ritmo frenético que acompanha o maracatu teve origem nas Congadas, cerimônias de escolha e coroação do rei e da rainha da "nação" negra. Ao primeiro acorde do maracatu, a rainha ergue a calunga para abençoar a "nação". A percussão é baseada em tambores grandes, chamados alfaias, caixas, taróis, ganzás e um gonguê.

Estes grupos são chamados de maracatus nação ou de baque virado ou urbanos. Os mais tradicionais são: Nação do Elefante, Nação do Leão Coroado, Nação da Estrela Brilhante, Nação do Indiano, Nação Porto Rico do Oriente e Nação Cambinda Estrela. Recentemente, surgiram novos grupos preocupados em manter e renovar a tradição dos maracatus, como o Nação Pernambuco.

O maracatú é a tradição que mantém viva uma das mais importantes manifestações culturais brasileiras. O ritmo que nasceu no campo, entre os escravos dos engenhos, é hoje responsável por transformar o carnaval de Pernambuco em um dos mais bonitos do país.


Beethoven, O Gênio Rebelde

Ludwig van Beethoven em retrato feito por Joseph Karl Stieler em 1820.Ludwig van Beethoven foi um gênio universal, sua popularidade extraordinária durante sua vida nunca parou de crescer. Um homem de extrema complexidade e dotado de uma inteligência brilhante. Tinha uma personalidade compulsivamente criativa e incapaz de tolerar repressões, foi tanto um rebelde social em uma época que o mundo sentia-se ameaçado pela ascensão de Napoleão Bonaparte. Lutando contra uma progressiva e incurável surdez, a qual tentou desesperadamente manter em segredo, ele não obstante produziu obras de arte monumentais, como as emblemáticas Quinta e Nona Sinfonias.

Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, em 16 de dezembro de 1.770. Nesta época, Mozart tinha 14 anos e Napoleão acabara de nascer. Sua família era natural da antiga região de Flandres, ou seja, de origem flamenga. Embora tenha nascido em Bonn, o cenário principal da vida de Beethoven foi Viena, que no fim do século XVIII era um centro musical por excelência. Quase todos os aristocratas e burgueses ostentavam possuir uma orquestra própria, na qual em muitas ocasiões tomava parte o próprio cabeça da família. A figura do compositor, no entanto, como experimentaram Haydn e Mozart, era ainda imprecisa: seus meios de subsistência dependiam sobretudo da permanência em mansões nobres, pois o cargo reunia, ao mesmo tempo, o papel de funcionário, de cortesão e de criado.

Porém Beethoven não se submeteria a essas situações e faria da liberdade uma das metas predominantes de sua vida: ele foi o artista livre que a História sempre irá lembrar.

Nos círculos musicais conta-se que em certa ocasião dirigiram-se a Wagner para perguntar-lhe a respeito de quem ele considerava o melhor dos músicos. O mestre respondeu que, evidentemente, era ele mesmo.

- Mas, e Beethoven? - tornaram a perguntar-lhe.

- Beethoven?!... Senhores, Beethoven É A MÚSICA!

Seu avô paterno, igualmente chamado Ludwig van Beethoven, havia emigrado para a Alemanha a fim de tentar a vida como músico. Aprendeu a tocar vários instrumentos e conseguiu se elevar à categoria de músico na capela da corte. Casado com uma mulher que foi levada à bebida, buscou entre seus filhos algum que revelasse talento musical e, efetivamente, o segundo, Johann, herdou do pai a inclinação pela música, vindo a ser tenor e violinista da corte. Mas teve a desgraça de herdar da mãe o gosto pelo álcool, o que converteu o pai de Beethoven num homem autoritário e brutal no relacionar-se com a família, onde apenas se ocupava de seus filhos, sobretudo do mais velho - Ludwig - para obrigar-lhe desde os três anos a tocar o clavicórdio durante horas, quando intuiu nele dotes prodigiosos.

Entrega-lhe inclusive um violino em miniatura, para que Ludwig aprenda a tocá-lo, mas o pequeno não oferece a menor resistência; pelo contrário, demonstra desde cedo uma grande inclinação à música: aprende as notas musicais antes das letras do alfabeto, e como ainda é uma criança, suas primeiras lições de música são interrompidas muitas vezes pelo choro.

O mundo naquela época estava cheio do nome de um menino prodígio, Mozart, e semelhante que fez ao pai daquele, quando Ludwig estava para completar 8 anos, seu pai o apresenta para dar alguns concertos dizendo que tem apenas seis.

Aos 14 anos, Beethoven alcança o posto de segundo organista da corte. Através deste trabalho conhece o conde Waldstein, que exercerá uma influência decisiva em sua carreira musical. O conde consegue que Beethoven viaje a Viena para ser apresentado a Mozart - mestre já consagrado na Europa -, que aos 28 anos escuta aquele jovenzinho improvisar ao piano e emite um juízo clarividente, dizendo: "Atenção! Este jovem fará com que o mundo fale dele!".

Retrato de Beethoven em 1803 feito por Christian Hornemann.Mas a sua primeira e feliz estância em Viena é interrompida pela notícia da morte de sua mãe. Tem 17 anos e essa morte o converte rapidamente num adulto. O pai, cada vez mais embrutecido pelo álcool, é expulso da corte e é entregue a Beethoven a metade do salário daquele, com a condição de que tome a seu cargo a educação de seus irmãos. Mas é pouco, e Beethoven trata de ganhar mais dinheiro dando aulas. Como professor de música, entra nas casas mais abastadas, trava relação com nobres de educação esmerada, amantes da música, e que sabem admirar seu talento. As mais altas hierarquias de Viena abrem-lhe suas portas. Mas não se deixa intimidar por ninguém, nem sequer pelos grandes personagens. Por isso, em várias ocasiões, se alguém está falando quando ele interpreta, depois de censurá-lo, não vacila em deixar as teclas e abandonar a sala ante a estupefação geral. Para Beethoven a música era algo sagrado, e não suportava a banalidade das pessoas em sua presença.

Aceita, então, hospitalidade no belo palácio do príncipe Lichnowsky, mas já começa a manifestar-se seu espírito independente, rebelde a toda espécie de atenções, e quando a etiqueta do grande palácio lhe resulta intolerável, Ludwig não duvida em reunir seus pertences e mudar-se para um pequeno alojamento no centro da cidade. Começa aqui a manifestar-se aquela característica de instabilidade que o acompanhará durante toda a sua vida e que em 35 anos de permanência em Viena, o induziu a mudar de domicílio até trinta vezes, chegando inclusive a residir em três casas ao mesmo tempo.

Em 1795, aos 25 anos, Beethoven encontra-se no ápice da fama. Esta, se estende mais além das fronteiras da Áustria. O seu êxito é tal, que começam a chover-lhe os concertos. Sob seus dedos rechonchudos, o piano se converte num instrumento mágico.

A sua personalidade durante este período se consolida, sobretudo na composição de obras destinadas ao piano: as primeiras sonatas, numerosas variações, os primeiros quartetos... mas a necessidade de expressar uma emoção não somente individual, mas coletiva, faz com que Beethoven busque além do piano a riqueza instrumental, toda a potência sonora de uma orquestra com a totalidade de seus instrumentos. Nascem assim a "Primeira e a Segunda Sinfonias" e os três primeiros concertos para piano.

É em 1796, aos 26 anos, quando mais promissores eram os prognósticos para o futuro e a tranqüilidade financeira parecia estar garantida, que Beethoven percebe os primeiros sintomas da terrível surdez que iria agravar-se implacavelmente com as passagens dos anos. Seu estado piora a partir de 1801, a doença o deprime e ele pensa em se suicidar, porém supera a crise e continua sua carreira. Paradoxalmente, o problema o leva a criar uma arte de complexidade e beleza incomparáveis.

Sua vida sentimental é motivo de permanente angústia. Ao longo dos anos desfilam ante Beethoven muitas mulheres jovens, as quais admira e pelas quais é admirado e surge-lhe um desejo nunca satisfeito: de formar uma família, ter uma casa própria, uma esposa. Mas de todas as mulheres às quais se dirigiu, por nenhuma foi correspondido. Uma das causas que impediram, sem dúvida, que qualquer destas relações resultasse em matrimônio, é que estas jovens pertenciam à aristocracia. Um matrimônio celebrado fora do próprio âmbito social era impraticável naquela época.

É o período em que compõe a "Terceira Sinfonia", também chamada "Heróica" e que marca sua maturidade criadora. Surgem em seguida a "Apassionata", a "Quarta Sinfonia", a Quinta e a Sexta", e a Europa inteira o escuta eletrizada. O seu reconhecimento exterior chegou a tal altura que todos, quando visitam a capital austríaca, querem vê-lo, querem conhecê-lo. Financeiramente, porém está completamente falido. Chovem-lhe os títulos, mas Beethoven ri-se e exclama: "Com eles não se come!".

Em 1815 apresenta-se como pianista pela última vez. Ainda não completara os 45 anos mas a surdez o isola cada vez mais do público. Até este momento o ouvido teve suas alternativas, mas a partir dos 45 anos só conversa com o mundo através da escrita.

Em 1824 completa a "Nona Sinfonia", mas Beethoven parece intuir que lhe resta pouco tempo. Apenas terminada obra, já quer logo executá-la em público. Aquele foi seu último concerto. O mestre está presente, mas não pode dirigir a orquestra; de um palco contempla, ao finalizar, como a sala vem abaixo pela forte impressão recebida. Pode ver o público em pé, mas não pode ouvir seus aplausos, do mesmo modo que tampouco pôde ouvir a obra. Durante seus dois últimos anos somente escreve quartetos, porém coloca neles seu coração de tal forma, que ele mesmo confessa: "Nunca minha música teve semelhante expressão. Cada vez que recordo estas notas, meus olhos ficam úmidos".

No dia 26 de março de 1827, no final da tarde, Beethoven expirou, vítima de uma pneumonia que degenerara em hidropisia. Seus restos descansam juntos ao de Mozart, no mesmo cemitério em Viena, numa parceria que nunca existiu em vida, mas que após à morte uniu o que restou dos dois maiores gênios da música.

Obras

  • Nove sinfonias, dentre elas a Nona, sua última sinfonia, a que mais se consagrou no mundo inteiro
  • Cinco concertos para piano
  • Concerto para violino
  • "Concerto Tríplice" para piano, violino, violoncelo e orquestra
  • 32 sonatas para piano (ver abaixo relação completa das sonatas):
  • 16 quartetos de cordas
  • Dez sonatas para violino e piano
  • Cinco sonatas para violoncelo e piano
  • Doze trios para piano, violino e violoncelo
  • "Bagatelas" (Klenigkeiten) para piano, entre as quais a famosíssima Bagatela para piano "Für Elise" ("Para Elisa")
  • Missa em Dó Maior
  • Missa em Ré Maior ("Missa Solene")
  • Oratório "Christus am Ölberge", op. 85 ("Cristo no Monte das Oliveiras")
  • "Fantasia Coral", op. 80 para coro, piano e orquestra
  • Aberturas
  • Danças
  • Ópera Fidelio
  • Canções

Fonte: Portal EmDiv

http://www.emdiv.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=68:beethoven-o-genio-rebelde&catid=42:geniosdaarte&Itemid=160